"A meta final do JUDÔ KODOKAN é o aperfeiçoamento do indivíduo por si mesmo, desenvolvendo um espírito que deve buscar a verdade através de esforço constante e da sua total abnegação, para contribuir na prosperidade e no bem estar da raça humana" "Nada sob o céu é mais importante que a educação. Os ensinamentos de uma pessoa virtuosa podem influênciar uma multidão; aquilo que foi bem aprendido por uma geração pode ser transmitidas a outras cem." Jigoro Kano

Kumi-kata Técnicas de pegada

1 comentários terça-feira, 5 de fevereiro de 2008 às 14:10 - Edit entry?

Para uma eficiente aplicação das técnicas, o judoca deverá procurar a posição adequada, normal ou momentânea, de acordo com o transcorrer da luta, podendo ser natural ou autodefesa.

Migi ou hidari-shizentai – posição natural à direita ou esquerda: mão direita na lapela esquerda do oponente e mão esquerda na manga direita do oponente. Para posição natural à esquerda, basta inverter a posição.
Migi ou hidari-jigotai – posição de autodefesa à direita ou esquerda: passa-se a mão direita por baixo do braço esquerdo do oponente e coloca-se nas costas dele, e com a mão esquerda agarra-se a manga direita do oponente puxando o braço dele sob a sua axila esquerda. Para posição de autodefesa à esquerda é só inverter a posição.
Técnicas de movimentação sobre o tatame (shintai)
São as formas corretas de deslocamento sobre o tatame, salientando os seguintes detalhes: andar descontraidamente, mantendo os joelhos e tornozelos flexíveis, sem cruzar os pés. Deslocar-se em todas as direções deslizando os pés, fazendo o contato com o solo com a borda externa da planta dos pés, calcanhares ligeiramente levantados. Acompanhar os passos de seu oponente, se este empurra você recua, se puxa avança. Se o adversário o puxa, não resista mova-se com ele. Do mesmo modo não resista quando empurrado, se resistir o seu corpo torna-se rígido e perde facilmente o equilíbrio. Movendo-se no mesmo sentido do adversário é-lhe mais fácil controlar o corpo dele e desequilibrá-lo.

Técnicas de esquiva (tai-sabaki)
Para uma eficiente defesa contra as técnicas do adversário, deve-se mover o corpo com a máxima leveza, mantendo-se uma constante posição de equilíbrio. É importante lembrar que um trabalho de pés rápido, mas em perfeita estabilidade, é a base de todos os movimentos do corpo, podemos citar alguns movimentos:

Migi-mae-sabaki – esquiva à direita para frente;
'Migi-mae-nawari-sabaki – esquiva rodando à direita para frente;
Hidari-ushiro-sabaki – esquiva à esquerda para trás;
Hidari-ushiro-nawari-sabaki – esquiva rodando à esquerda para trás.
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A9cnicas_do_jud%C3%B4"

Ukemi-waza Técnicas de amortecimento

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Técnicas de amortecimento de quedas (ukemi-waza)
O equilíbrio é a lei primordial que rege o judô. Assim quando se perde o equilíbrio sujeita-se a quedas. E, como é natural, se não soubermos amortecer o contato do nosso corpo com o solo, estamos sujeitos a nos machucar. Para evitar isso existe o que chamamos ukemi-no-waza. Saber cair é a base indiscutível das projeções. É necessário um treino metódico e perseverante, para vencer o medo da queda. Essa superação nos permite progredir nos conhecimentos do judô. Assim teremos um espírito aberto para ataque e defesa, aplicando os movimentos com rapidez e precisão. As direções fundamentais para ukemi são:

Ushiro-ukemi – queda para trás;
Mae-ukemi – queda para frente;
Yoko-ukemi – queda lateral, para esquerda ou direita (migui e hidari);
Zempo-Kaiten-Ushiro – rolamento;
Zempo-Kaiten-Ukemi ou Zepo-Kaiten-Mae - rolamento.

Postura (shisei)

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Shisei é a posição base para todos os movimentos. Por isso um shisei correto facilita a rapidez e a precisão na aplicação das técnicas. Deve-se adotar sempre o shisei para que a todo o momento seja possível uma pronta mudança de posição. O peso do corpo é igualmente distribuído por ambos os pés, sobretudo sobre a ponta dos dedos. São as seguintes posições:

Shizen-hontai – posição natural;
Migi-shizentai – posição natural à direita;
Hidari-shizentai – posição natural à esquerda;
Jigo-hontai – posição de defesa;
Migi-jigotai – posição de defesa à direita;
Hidari-jigotai – posição de defesa à esquerda.

Foto shizen tai - Izume Marue
Foto Migi Shizen Tai - Keigan Osumi


A posição natural é a base do Judô. Todos os movimentos e técnicas do Judô começam a partir desta posição, e tal facto deve ser totalmente entendido. É a perfeita posição natural de pé que permite uma perfeita relaxação e que possibilita que se lide com os pressães emocionais e com os problemas da vida. A mente deve estar totalmente aberta e não tensa; atenta a tudo e não fixada numa especifica linho de pensamento. Isto porque quando alguém se pôe em posição natural, o corpo e a mente descarregam ou libertam-se de todas as coisas excepto da consciência da vida. Esta posição é uma perfeita harmonização com a natureza, na qual tudo é como deve ser. A posição dos pés na posição natural é à mesma distância da largura dos ombros. Os pés apontam directamente em frente. Os quadris e os joelhos devem manter-se ligeiramente para baixo, não rigidod, mas relaxados.O peso é colocado diretamante nos quadris, sem inclinações em qualquer direção.Os joelhos estão quase esticados, mas não rigidos e ligeiramente flexionados.Ambos os braços e mãos mantêm-se relaxados e suspensos em ambos os lados.A palma da mão virada para dentro; a cabeça mantén-se para frente.


Jigotai (a posição defensiva)

Jigo-tai é a posição defensiva e pode manter o nosso corpo protegido e é uma atitude perante o ataque de um oponente.Na pratica do judô , o ataque é o melhor método de defesa e a defesa deve ser uma contra-projeção.jigo-tai não deve ser entendido como uma única posição de defesa, mas também que se pode contrariar o ataque do oponente.
durante os movimentos do judô, deve estar-se sempre atento as oportunidades de mudar as ações de3fensivas para ações ofencivas e de mudar o ataque para a defesa.A oportunidade atacar e defender surgem sempre ao mesmo tempo.
sobre a posição defensiva:
A posição dos pés.Os pés devem ser colocados em posição natural e , definitivamente, não de3vem ser colocados a maior distância do que isto,se os pés forem colocados a uma distância maior que a posição natural, o equilibrio é facilmente destruido, a posição fica fraca e o movimento mais difícil.
Os joelhos para uma boa defesa não devem estar nem aberto nem esticados.As pernas dobradas em ângulo de 140 graus.
O corpo acima do quadril deve estar rigido e esticado; o peso do corpo deve ser colocado para baixo em frente cerca de 45 graus.

Kuzushi

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Refere-se às técnicas de desequilíbrio; a prática de judô baseia-se no equilíbrio, portanto é um estudo de grande importância já que através dele aplicamos todas as projeções. Para estudar as direções em que podemos desequilibrar, deve-se considerar o seguinte: O centro de gravidade do homem situa-se no baixo ventre. Sendo assim, quando a perpendicular traçada a partir do centro de gravidade até o solo cair fora do polígono de sustentação, encontra-se desequilibrado. Este desequilíbrio dá origem, nos praticantes, a oito direções designadas por happo-no-kuzushi; para frente; para trás; para direita; para esquerda e quatro oblíquas derivadas, assim como muitas outras. Assim quando o adversário se encontra em desequilíbrio para frente, temos de continuar o desequilíbrio, projetando-o para frente. Faremos para trás, quando se encontra em desequilíbrio para trás. Uma das máximas de Jigoro Kano, criador do Judô era: “um mínimo de força para um máximo de eficiência”. O Kuzushi (desiquilíbrio) materializa essa idéia.
Alguns estudiosos da obra de Jigoro Kano acreditam ter sido a sua maior contribuição o fato de ter analisado, dividido e dado nome às fases de projeção, ou seja, Kuzushi (desequilíbrio), Kake (entrada) e Tsukuri (posicionamento do corpo). Partindo destes princípios a aplicação de uma técnica abrangeria duas possibilidades:
a) Uma é escolher a técnica para depois preparar o adversário para recebê-la.
b) Outra é aproveitar um eventual desequilíbrio para aplicar a técnica mais conveniente e oportuna.
Em ambas as situações há a necessidade da quebra do equilíbrio do adversário (kuzushi).
O Kuzushi pode ser realizado em pé ou de joelhos,mas sem uma clara compreensão de Kuzushi o judoka terá pouco ou nenhum sucesso ao arremessar um oponente. Desequilibrar o oponente, especialmente no momento inicial do contato, é essencial.
Tsukuri
É a relação entre a sua posição e a do adversário. É colocar o seu corpo na melhor posição para aplicar a projeção, enquanto continua a desequilibrar o adversário. Tentar fazer uma projeção antes de estabelecer um tsukuri correto é pura perda de energia.

Kake
É a aplicação da projeção, obedecendo a seqüência: kuzushi, tsukuri e finalmente kake. Vale ressaltar que judô é usar a posição do adversário em benefício próprio e não projetá-lo por superioridade de peso ou força. Ao aplicar uma projeção, usa-se o corpo suavemente como uma só unidade. Todas as partes do corpo devem atuar em harmonia. Se bem que em cada projeção se dê maior ênfase à utilização de determinada parte do corpo, tal como mãos, quadris ou pés, em qualquer projeção é importante o movimento de todo o corpo. A parte do corpo a que se faz menção serve para orientar a projeção do adversário.

Alguns princípios para orientação
Deve-se manter o corpo relaxado, proporcionando maior flexibilidade e certa imprevisibilidade frente ao adversário. Para manter o equilíbrio flexiona-se os joelhos sem dobrar a cintura, demonstrando confiança. Na dúvida, faça um movimento rápido e decidido. Tentativas receosas são inúteis e representam perda de energia. Portanto estas três fases são muito importantes para execução perfeita das técnicas. Elas podem ser observadas no nage-no-kata (formas convencionais de projeção).

BUDO - BIOGR.'s Gichin Funakoshi

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Em Novembro de 1868 nasce Gichin Funakoshi em Shuri, Okinawa. A família Tominakoshi (designação formal da famíla ) possui o título Shizoku ("pequena aristocracia") e Gichin é neto de um confucionista que ensinara membros da família real - Gisu Tominakoshi. Tendo nascido como prematuro Gichin há-de ter uma saúde débil por toda a infância.
Em 1880 começa a praticar To-de em Okinawa, sob a orientação de Yasutsune Azato pai de um seu colega de escola. A carta de recomendação do jovem é entregue a Azato por seu avô Gisu Tominakoshi. O médico da família - Tokashiki - apoia esse procedimento, como método de reforço da saúde do jovem. É provável que Funakoshi, antes de se tornar discípulo de Azato, tenha estudado durante um curto período com Taitei Kinjo, conhecido como "punho de ferro" pela sua capacidade de derrubar um touro com um único murro. Funakoshi há-de conhecer e treinar com outros mestres, tais como: Yasutsune Itosu, Sokon Matsumura, Kanryo Higaonna, Kiyuna, Toono (originário de Naha) e Niigaki.
Aos 20 anos, em 1888, Funakoshi obtém aprovação nos exames para professor primário, profissão que exercerá até 1921 (sem que lhe tenha sido jamais registada uma falta por doença).

Em 1902 lidera uma demonstração de To-de (Okinawa-te) perante Shintaro Ogawa, comissário escolar, contribuindo para o reforço do ensino da disciplina nos liceus da região.
Em 1903 apresenta o primeiro programa pedagógico para a prática de To-de (Okinawa-te) nos liceus de Okinawa.
Em 1906 morre um dos seus grandes Mestres - Yasutsune Azato. No mesmo ano Gichin Funakoshi organiza a primeira exibição pública de To-de em Okinawa. Nasce o seu terceiro filho Yoshitaka (ou Gigo).
Em 1912 militares da Marinha Imperial Japonesa são mandados a Okinawa para aprender To-de (Okinawa-te), e treinam sob a orientação de Gichin Funakoshi.
Em 1913 Gichin Funakoshi organiza uma equipa de demonstrações de To-de (Okinawa-te) que, nos dois anos seguintes, realizará centenas de exibições perante milhares de espectadores por todo o território de Okinawa. Integram este grupo personalidades que hão-de tornar-se famosas no panorama do Karate, tais como: Choki Motobu, Chotoku Kyan e Kenwa Mabuni.
Em 1915 morre o segundo principal Mestre de Funakoshi - Yasutsune Itosu.
Em 1917 no Botoku-den de Kyoto efectua-se a primeira demonstração de To-de (Okinawa-te) fora de Okinawa, a qual é liderada por Gichin Funakoshi.
A 6 de Março de 1921 o príncipe herdeiro Hirohito assiste a uma demonstração de To-de (Okinawa-te) liderada por Gichin Funakoshi no grande hall do Castelo de Shuri. Chojun Miyagi participa igualmente nesta demonstração.
Ainda no mesmo ano Funakoshi funda e passa a presidir à Shobukai de Okinawa (Associação para a Promoção do Espírito das Artes Marciais de Okinawa). Em consequência resigna à sua profissão de professor.

Em 1922 Jigoro Kano efectua a sua primeira visita oficial a Okinawa e efectua um discurso acerca do Budo japonês que inspira os praticantes locais de To-de (Okinawa-te) a darem a conhecer a sua arte.
Nesse mesmo ano a 1 de Abril o Ministério da Educação organiza a "Primeira Exibição Atlética Nacional" em Tóquio onde se exibem diversas artes marciais. O To-de (Okinawa-te) é uma das artes convidadas e Gichin Funakoshi é escolhido, pelos diversos peritos de Okinawa, para liderar a demonstração, a qual constitui a primeira apresentação pública de To-de ao público de Tóquio.
A 17 de Maio, na sequência da exibição pública de To-de (Okinawa-te), Gichin Funakoshi realiza, a convite de Jigoro Kano, uma demonstração no Kodokan. Nessa demonstração Funakoshi solicita ao seu discípulo Shinken Gima que demonstre a kata Naihanchi (mais tarde denominada Tekki). Nesta ocasião Funakoshi fabrica com as suas próprias mãos, para si e para o seu discípulo os primeiros Karate-gi, inspirados no Judo-gi.
Em Junho Gichin Funakoshi publica um artigo sobre To-de (Okinawa-te) no jornal Tokyo Nichinichi. É o primeiro artigo publicado sobre esta arte fora de Okinawa. As primeiras aulas são dadas aos membros do Tabata Poplar Club (uma guilda artística) e a primeira escola é aberta no Meisei Juku - um dormitório para estudantes originário de Okinawa - situado no bairro Suidobata em Tóquio.
Ainda no mesmo ano a editora Bukyosha traz a público o primeiro livro de Gichin Funakoshi: Ryu-kyu Kempo: To-de". O artista Hoan Kosugi desenha, para a capa do livro, o famoso "Tigre" que há-de tornar-se no símbolo da arte de Funakoshi.
Ainda no ano da sua chegada a Tóquio, Funakoshi recebe um aluno muito especial: trata-se de Hironori Ohtsuka, na altura já um experiente praticante de Ju-jutsu com 17 anos de prática. Tinha ouvido falar de Gichin Funakoshi, procurara-o, e decidira tornar-se seu discípulo. Ohtsuka praticará sob a orientação de Funakoshi durante os próximos nove anos.
Em 1923 as instalações do Meisei Juko, onde Gichin Funakoshi reside, trabalha e dá aulas, são destruídas por um enorme terramoto.
Em 1924 Yoshitaka (Gigo) Funakoshi vai viver para Tóquio e passa a morar com seu pai. Embora praticante de To-de (Okinawa-te) Yoshitaka (Gigo) Funakoshi dedica apenas parte do seu tempo à prática já que estuda no laboratório de radiologia da Universidade de Tóquio, onde virá a obter o diploma de "Técnico de Radiologia", passando então a trabalhar nesse mesmo local e no Ministério da Educação.
No mesmo ano, Hakudo (Hiromichi) Nakayama (o fundador do moderno Iai-do) ao tomar conhecimento que Funakoshi não tem onde dar aulas, oferece-lhe os horários livres do seu dojo de kendo, situado em Kyobashi, Tóquio. Adopta então um esquema de graduações (kyu, dan) semelhante ao do Kodokan. Todos os karatecas usam agora o Karate-gi branco (semelhante ao judo-gi mas mais ligeiro) que Funakoshi introduzira pela primeira vez na demonstração no Kodokan em 1921. Os dan's passam a usar cinto negro. É fundado o primeiro clube universitário na universidade de Keiho (a convite do professor Shinyo Kasuya, do Departamento de Línguas Germânicas).
Em 1926 Gichin Funakoshi publica, através da Editora Kobundo, uma segunda edição do seu primeiro livro, desta vez sob a designação de: "Rentan Goshin To-de Jutsu" (as "placas de impressão" originais do seu primeiro livro tinham sido destruídas no terramoto de 1923).
A 20 de Março de 1928 Gichin Funakoshi realiza uma demonstração de To-de (Okinawa-te) no Sainei-kan do Palácio Imperial, em Tóquio.
Ainda em 1928 recebe a visita de Kenwa Mabuni, e no ano seguinte de Chojun Miyagi , que efectuam as suas primeiras viagens a Tóquio. Na altura Funakoshi tem já 61anos e Miyagi surpreende-se com as condições extremamente modestas em que o encontra.

No início da década de 30 assiste-se à abertura de clubes de To-de (Okinawa-te) em várias universidades: Takushoku, Chuo, Shodai (agora chamada Hitotsubashi), Waseda, Hosei, Gakushuin, Nihon e Meiji. Gigo Funakoshi começa, a pedido de seu pai, a tomar alguma liderança das aulas de karate nas universidades, especialmente em Waseda.Dentre os inúmeros discípulos de Funakoshi que aderem ao estudo da arte de Okinawa há a destacar dois nomes e duas datas :- Shigeru Egami que começa a treinar em 1931 na Universidade de Waseda, ajudando a fundar o Clube de Karate local;- e Masatoshi Nakayama que inicia a sua prática em 1932 enquanto aluno da Universidade de Takushoku.
Algures nesta data Gichin Funakoshi terá tido também os primeiros contactos com Morihei Ueshiba, quer frequentando alguns dos seus Seminários especiais, quer trocando opiniões pessoais com este acerca da essência do Budo.
Em 1933 Gigo Funakoshi passa a dar mais ênfase à prática do combate no Karate, criando o Kihon Ippon Kumite.
Em 1934 os alunos de Funakoshi sob a orientação de Takeshi Shimoda - considerado o seu mais talentoso estudante e conhecedor de Kendo e Ninjutsu (escola Nen Ryu) - realizam uma digressão pela área de Kyoto-Osaka e pela ilha de Kyushu. Logo após a digressão Shimoda contrai uma pneumonia e, poucos dias depois, morre. Após a morte de Takeshi Shimoda, Gichin Funakoshi nomeia como principal assistente seu filho Gigo Funakoshi , que entretanto obtivera o título de Renshi da Butokukai.
Ainda no mesmo ano Gigo Funakoshi introduz o Jiyu Ippon Kumite (kumite semi-livre). Hironori Ohtsuka abandona o grupo de Funakoshi, abre um dojo em Tóquio e começa a ensinar a sua arte conciliando a actividade pedagógica com a sua profissão de médico. O tipo de prática que propõe - incorporando exercícios de combate e técnicas de Ju-jutsu - constitui uma alternativa ao método de Gichin Funakoshi. Gera-se a primeira cisão na prática do Karate, havendo vários grupos universitários que aderem ao método de Ohtsuka, que em breve será denominado Wado-ryu.
Em 1935 Kichinosuke Saigo, importante figura política da época e um dos mais antigos alunos de Gichin Funakoshi, cria um comité que se propõe, como primeira tarefa, a construção do primeiro dojo de karate no Japão. Esse comité é considerado o embrião da Associação Shoto (Shotokai).
Nesse mesmo ano Gichin Funakoshi publica a sua obra fundamental "Karate-do Kyohan" (conhecida internacionalmente como "O Texto do Mestre"). Nessa obra Funakoshi propõe oficialmente a modificação do kanji "To" - associado à dinastia chinesa Tang, e que significa "antigo" - pelo Kanji "Ku" que significa "vazio". Uma vez que ambos os Kanji também se podem pronunciar "Kara" a forma verbal continua inalterada. Karate deixa então de significar "a mão antiga" ou "chinesa" e passa a ser conhecido como o caminho das mãos vazias.
Ainda em 1935 Gigo Funakoshi introduz a prática do Jiyu Kumite ("kumite livre") e, com o apoio de Shigeru Egami e Genshin Hironishi, entre outros, desenvolve novas técnicas de pernas como: Yoko Geri (Kekomi e Keage), várias formas de Mawashi-Geri, Fumikomi e Ushiro-Geri. As posições de base tornam-se mais baixas que as tradicionais.
Na Primavera de 1936 a recolha de fundos iniciada no ano anterior por Kichinosuke Saigo dá os seus frutos e o dojo de Funakoshi começa a tornar-se uma realidade, ali se realizando desde logo as primeiras aulas. Na porta de entrada é colocada uma placa com o nome "Shotokan" - a "casa" de Shoto - designação escolhida pelos alunos de Gichin Funakoshi em homenagem ao Mestre, que costumava assinar os seus poemas com o pseudónimo "Shoto" (literalmente: "ondulação dos pinheiros").
A 1 de Março de 1938 conclui-se a construção do dojo Shotokan. Com a materialização do Shotokan, corporiza-se o "espírito do grupo" criado em 1935 por Kichinosuke Saigo para o desenvolvimento dos ideais de Gichin Funakoshi. Esse grupo designado Shotokai - Associação Shoto - passará a ser, por assim dizer, a "alma" do Shotokan - a Casa de Shoto.
Em 1939 Gichin Funakoshi e Kenwa Mabuni inscrevem as suas respectivas escolas de Karate no Butokukai. Após se terem submetido a exame, na mesma sessão, é-lhes concedido o grau Renshi.

Em 1940 Gichin Funakoshi proibe os seus alunos de executarem Jiyu Kumite ("combate livre") por verificar que, em parte devido ao fervor nacionalista e também pelo desejo de competição, essa prática induz a um espírito de violência contrário à essência do Budo.
Em Dezembro de 1943 Gichin Funakoshi publica "Karate-do Nyumon". Crê-se que o seu filho Yoshitaka Funakoshi tenha colaborado activamente com seu pai na elaboração da parte técnica do livro, conjuntamente com Wado Uemura e Yoshiaki Ayashi.
O ano de 1945 vai revelar-se um ano terrível para Gichin Funakoshi. A 10 de Março entre as 2 e as 3 da manhã o Shotokan e a residência anexa da família Funakoshi, anexa ao dojo, são destruídos durante os bombardeamentos de Tóquio. Gichin Funakoshi é acolhido pelo filho mais velho Yoshihide, passando a residir na casa deste situada no bairro Koishikawa em Tóquio.
No final desse ano Gigo Funakoshi morre na sequência de uma prolongada doença pulmonar. O funeral ocorre a 24 de Novembro.
A esposa de Gichin Funakoshi que lograra sobreviver à destruição de Okinawa, deixa a sua região natal e reúne-se ao marido em Oita, Kyushu, onde passam a viver em condições muito difíceis.
No final do Outono de 1947 a esposa de Gichin Funakoshi morre devido a uma crise de asma. Logo após, Funakoshi regressa a Tóquio, voltando para casa do seu filho mais velho Yoshihide. Durante a longa viagem Funakoshi recebe ovações de alunos que o esperam em muitas das estações onde o comboio pára. Encorajado pelos discípulos organiza, ainda em 1947, uma grande demonstração de Karate em Tóquio.

A 1 de Maio de 1949, pelas 18 horas no Iomiuri Shibum Hall, é criada a Nihon Karate-do Kyokai (conhecida internacionalmente por Japan Karate Association - JKA).
Em 1951 e apesar da idade avançada (mais de 80 anos) Gichin Funakoshi continua a ensinar, quase exclusivamente Kata, nas universidades de Waseda, Keio, Hosei, Chuo, Hitotsubashi e Gakushin e, ainda, no Colégio Japonês de Medicina, Colégio Nacional de Educação Física (Nikaido) e nas Academias Naval e Militar.
A 13 de Outubro de 1956 Gichin Funakoshi termina o Prefácio da segunda edição de Karate-do Kyohan, lamentando-se do "quase irreconhecível estado espiritual a que chegou o mundo do Karate actual" e apela a quem possa "compreender os seus anseios profundos (...) de forma a completar os objectivos do trabalho".
Isao Obata, Hiroshi Noguchi, Genshin Hironishi e outros "homens de confiança" de Gichin Funakoshi, provenientes da "linha tradicional" do karate, abandonam a JKA. Com o apoio do próprio Gichin Funakoshi, que assume a presidência da organização, e de Shigeru Egami, o mais próximo discípulo de Funakoshi nos últimos anos de vida, formalizam a Nihon Karate-do Shotokai.
A 26 de Abril de 1957 morre Gichin Funakoshi.

O filho primogénito - Yoshihide - decide organizar o funeral com o apoio da Nihon Karate-do Shotokai e dos amigos mais próximos da família Funakoshi, nomeadamente: Shigeru Egami (que estivera, conjuntamente com a família, junto ao leito do Mestre quando este exalara o último suspiro), Genshin Hironishi e Motohiro Yanagisawa.
A JKA discorda da decisão de Yoshihide Funakoshi e afirma recusar-se a participar no funeral de Gichin Funakoshi caso não lhe seja permitido organizar o funeral. Promove-se uma reunião de emergência entre a Nihon Karate-do Shotokai e a Nihon Karate Kyokai (JKA). Não tendo sido possível consenso entre ambas as partes conclui-se que a decisão de participação no funeral de Mestre Funakoshi competirá à consciência pessoal de cada um dos seus alunos.
No dia do funeral de Gichin Funakoshi verifica-se que apenas comparecem os grupos universitários ligados ao Shotokai - Chuo, Senshu, Toho, Gakushuin e Tokyo Noko. O grupo universitário de Waseda hesita mas acaba por participar (por insistência do Presidente da Universidade - Dr. Nobumoto Ohama, um amigo e conterrâneo de Funakoshi). Infelizmente a grande maioria dos alunos de Gichin Funakoshi, especialmente os mais ligados à JKA, não comparecem ao funeral do Mestre.
Em Junho desse mesmo ano, a JKA organiza, no maior espaço coberto japonês para a prática desportiva - o Ginásio Metropolitano de Tóquio - o primeiro All Japan Karate-do Championship Tournament, trata-se da primeira competição pública de Karate no Japão.


Fonte, www.cao.pt

BUDO - BIOGR.'s Morihei Ueshiba

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Morihei Ueshiba nasceu no dia 14 de Dezembro, de 1883 em Tanabe, Província de Kii (actual Prefeitura de Wakayama). Os seus pais chamavam-se Yoroku e Yuki Ueshiba.
Em Outubro de 1902, desposa Hatsu Itogawa, uma sua prima afastada.
Ueshiba estudou as seguintes artes marciais:Tenjin Shin'yo-ryu Jujutsu com Tokusaburo Tozawa por um período breve em 1901 em Tokyo; Goto-goto-ha Yagyu Shingan-ryu com Masakatsu Nakai de c. 1903 a c. 1908 na cidade de Sakai perto de Osaka; Judo com Kiyoichi Takagi c. 1911 em Tanabe; Daito-ryu Jujutsu com Sokaku Takeda a partir de 1915 em Hokkaido.
Provavelmente Ueshiba participou em mais seminários adicionais ministrados por Takeda. Embora os detalhes não sejam conhecidos com precisão, sabe-se que Ueshiba acompanhou também o seu professor como assistente enquanto viveu em Hokkaido. Além disso, recebeu de Takeda em 1922 ,um "rolo de transmissão" de esgrima de Shinkage-ryu, durante a última estada deste em Ayabe. A sua associação directa com a escola de Takeda está documentada entre 1915 e 1937.
Pode também ter recebido influências da escola de esgrima de Yagyu Shinkage-ryujá que Kosaburo Gejo foi seu estudante durante alguns anos nas décadas de 20 e 30 no Dojo Kobukan.
O fundador do Aikido foi influenciado também filosófica e religiosamente pela religião de Omoto, em especial pelo Reverendo Onisaburo Deguchi. A sua ligação a esta religião começou em Dezembro de 1919. Ueshiba viveu em Ayabe de 1920 a 1927 participando activamente como crente de Omoto e apoiante de Deguchi. Em 1924 acompanhou o líder do Omoto-kyo numa expedição de má-memória pela Manchúria e Mongólia, numa tentativa de ali estabelecer uma colónia utópica.
Incitado por diversos oficiais militares do elevada categoria, nomeadamente o Almirante Isamu Takeshita, Ueshiba mudou-se para Tóquio, em 1927, passando a ensinar em diversos locais antes de fundar o Dojo Kobukan em 1931.
Este dojo constitui o centro das suas atividades nos 11 anos seguintes, tornando-se extremamente activo como professor de Daito-ryu Aikijujutsu. Gradualmente separou-se de Sokaku Takeda e começou a chamar à sua arte "Budo". Na fase final da décade de 30 , o fundador realizou várias viagens à Manchuria onde realizou seminários e demonstrações. Com o desencadear da Segunda Guerra Mundial, renunciou aos seus postos de ensino em Tóquio, que incluiam diversas escolas militares, e retirou-se para Iwama.
Durante e imediatamente após a guerra, Ueshiba permaneceu em lwama devotando-se intensivamente ao treino, à meditação e à agricultura. Afirmou repetidamente que foi em lwama que aperfeiçoou o Aikido moderno. Em meados dos anos 50, o fundador começou a gastar considerável tempo em Tóquio tendo viajado também, frequentemente à região de Kansai.
Ueshiba recebeu a medalha da honra com a fita roxa do governo japonês em 1960. Em 1961, acompanhado por Koichi Tohei e por Nobuyoshi Tamura, visitou o Hawai para participar na abertura da Aikikai de Honolulu.
Os seus últimos anos foram passadosprincipalmente em Tóquio à medida que a sua saúde se tornava gradualmente mais frágil.Não obstante continuou ensinando até aos primeiros dias de Fevereiro de 1969, altura em que adoeceu sendo admitido no hospital dauniversidade de Keio. Pouco depois foi-lhe dada alta para voltar a casa onde viria a morrer com um cancro de fígado em 26 abril de 1969.
Foi-lhe concedido a título póstumo o nome budista de Aiki-in Seibu Enyu Daidoshi.
Ueshiba ensinou dezenas de milhares de estudantes durante a sua carreira que se estendeu por 50 anos e é recordado pelo seu ponto de vista ético humanista das artes marciais que abraça o ideal da não-violência,mais do que a mera derrota do adversário.


Mais sobre Morihei Ueshiba)


Fonte, www.cao.pt

BUDO - BIOGR.'s Sokaku Takeda

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Sokaku Takeda, nasceu em 1859 (ou 1860) em Aizu. O seu primeiro mestre foi o próprio pai - Sokichi Takeda (1819-1906) - campeão de Sumo e mestre de esgrima. Takeda aprendeu também técnicas de manuseamento de lança da escola Hozoin Sho-jutsu. O seu principal mestre foi, porém, Tanomo Saigo (pai do famoso judoka Shiro Saigo) que lhe ensinou as oshiki-uchi - técnicas secretas do clã Aizu. Saigo, no leito de morte aconselhou Takeda a depor a espada e a transmitir apenas os ensinamentos de Ju-jutsu que lhe transmitira.
Foi casado duas vezes, primeiro com, Kon, de quem teve dois filhos e depois com Sue que lhe deu sete crianças, entre as quais Tokimune o actual instrutor-chefe do Daito-ryu.
Considerado, por alguns, o maior artista marcial da sua época e por outros uma espécie de "ronin fora de época e sem cultura", passou grande parte da sua vida em viagens pelo Japão defrontando todo o tipo de artistas marciais que encontrava. Foi o fundador do Daito Ryu Aikijutsu e tem a reputação de ter ensinado cerca de 30 000 estudantes. No domínio técnico Takeda foi uma das principais referências de Morihei Ueshiba.
Fonte, www.cao.pt

BUDO - BIOGR.'s Jigoro Kano

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Jigoro Kano nasceu a 28 de Outubro de 1860, em Hamahigashi, vila deMikage (hoje parte da cidade de Kobe), Perfeitura de Hyogo,Japão. Foi o terceiro rapaz n uma família de três meninos e duas meninas, e era fisicamente fraco nos seus primeiros anos de vida.
Herdou o apelido, Kano, de sua mãe Sadako, que era a filha a mais velha deum rico fabricante de cerveja de, Nada, Perfeitura de Shiga. Uma vez quenão havia um filho varão para herdar o negócio da família e para fazer perdurar o nome da família, quando Jirosaku a desposou consentiu em tornar-se membro da casa de Kano passando a usar o nome de família da sua noiva.
Em 1869, quando Jigoro tinhasomente nove anos, a sua adorada mãe faleceu e, Jirosaku Kano,decidiu-se mandar o seu filho Gigoro, acompanhado pelo irmão maisvelho, Kensaku, para a pequena escola particular de Seisatsusho Juku, emTóquio.
Em 1873, já reconhecido como um excelente estudante, Gigoro passou para Ikuei Giguku, uma escola onde cada disciplina era ensinada por professores Europeus, sendo o idioma das lições inglês ou alemão. O ano que passou nesta escola foi muito duro já que era frequentemente agredido pelos colegas mais velhos e mesmo pelos seus companheiros de quarto.
No ano seguinte entrou na escola delínguas estrangeiras de Tóquio e, em 1875, inscreveu-se em Kaisei uma escola reservada à elite, que mais tarde seria nomeada Universidade Imperial de Tokyo. Infelizmente para ele também aqui a tradição de agredir e espancar osnovos estudantes era comum.
Um dia, já com 15 anos, ele ouve Nakai Baisei (um antigo membro da guarda pessoal do shogun) dizer queo Ju-jutsu é um excelente método de treino físico. Resolve, pois, pedir a Baisei que lhe ensine esta arte, mas ele recusa, ripostando que o Ju-jutsu é uma coisa do passado, completamente inadequado para um menino como ele.

Mas Kano estava firmemente decidido a aprender Ju-jutsu, e assim, em 1877, encontra um pequeno dojo no distrito de Nihonbashi conduzido por Mestre Hachinosuke Fukuda da linha Tenshin Shinyo de Ju-jutsu.
Apesar da sua fraqueza física cedo se revela um bom estudante de Ju-jutsu e assim, dois anos mais tarde, em 1879, quando se organizou uma demonstração de Budo em honra do presidente UlyssesGrant dos E. U., Jigoro Kano foi um dos estudantes escolhidos por Fukuda Sensei para participar . A entusiástica reacção do Presidente, afirmando que o Ju-jutsu deveria ser mostrado a todo o mundo, marca profundamente Kano.
Infelizmente, 9 dias depois da demonstração Fukuda Sensei morre eKano, agora com vinte anos, é nomeado pela família do mestre como o responsável do dojo. Bem ciente da sua inexperiência procura por Iso Sensei (o Mestre que emparceirara com Fukuda Sensei durante a demonstração perante o Presidente Grant) e torna-se seuassistente.
No ano seguinte, durante uma demonstração de Yoshin Ju-jutsu executada na Universidade Imperial de Tokyo, pede para defrontar-se em Randori com Ichimon Tozuka o filhode Mestre Hikosuke Tozuka. Kano sente-se esmagado por algumas das técnicas de Yoshin-ryu Ju-jutsu e apercebe-se que a evolução do Ju-jutsu,não consiste em fixar-se num determinado método ou escola, mas sim em incorporar o que há de melhor em cada um, criando um método inteiramente novo.
Em Junho 1881 morre o seu Mestre Iso. No mês seguinte Jigoro Kano obtém a sua licenciatura pelo Departamento da Literatura da Universidade de Tóquio ereinscreve-se, logo de seguida, n um curso especial anual de filosofia.
Tem de procurar um novo professor de Ju-jutsu, assim, através de uma carta de recomendação, chega a Iikubo Mestre da linhagem Kito-ryu de Ju-jutsu,transformando-se num estudante dessa escola.

Em Fevereiro de 1882, com o acordo de seu mestre, Jigoro Kano, agora com 22 anos, leva consigo nove dos seus mais próximos estudantes do dojo deKito-ryu, e funda o seu próprio dojo no temple de Eishoji. Duas ou três vezes por semana Iikubo Sensei vai ao templo ajudar a treinar os estudantes de Kano.
Kano baptiza o dojo de Kodokan e passa a dedicar-se à formulação de um sistema de Ju-jutsu reformado fundado em princípios científicos, integrando o combate com a instrução mental e física. Do Kito-ryu adopta o "katamewaza" (técnicas no chão) e o "atemi-waza" (técnicas de projecção) , mantendo as técnicas que se conformam aos princípios científicos e rejeitando todas asoutras. Todas as técnicas prejudiciais e perigosas também são eliminadas.
Em 1884 são promulgados os Estatutos do Kodokan e Kano declara: "juntando as aptidões que adquiri junto das várias escolas de ju-jutsu, e adicionando meus próprios dispositivos e invenções, fundei um sistema novo para a cultura física, treino mental e treino de competição. A este método eu chamo Judo Kodokan.
A sua paixão pela educação levou-o em1885, com somente 25 anos de idade, ao lugar de Reitor de Gakushuin. Ali impôsuma disciplina estrita permitindo que os estudantes fôssem para somente aos fins de semana, obrigando-os executar tarefas menores e ensinando-lhes humildade. Propôs também um acto revolucionário para a época ao abrir, as portas da escola aos comuns. O ambiente interno mudou por completo sob a administração de Kano, e não supreende que os pais dos estudantes ficassem cheios de admiração pelas maravilhas operadas emGakushuin.
Naquela época gerou-se uma feroz rivalidade entre os seguidores do Ju-jutsu tradicional e os adeptos do Judo. Porém, em breve, a superioridade do judo se tornaria evidente, especialmente após o Torneio de Artes Marciais de 1886 onde, em 15 encontros com escolas de Ju-jutsu, o Judo Kodokan venceu 12, perdeu dois e empatou um.

Uma vez firmemente estabelecidas as bases do Kodokan, os pensamentos deKano viraram-se para a propagação do Judo numa âmbito nacional e eventualmente por todo o mundo. De facto, Kano embarcou para a sua primeira visita ultramarina em 1889, pelos auspícios do Ministério da Educação, encarregado de efectuar uma investigação sobre a os métodos educativos na Europa e aproveitou para espalhar as novidades sobre o novo desporto japonês - o judo.
Em1894 um corpo consultivo foi criado, o Conselho do Kodokan.O Kodokan transformou-se oficialmente uma fundação em Maio de 1909. No mesmo ano Jigoro Kano foi eleito como representante Japonês do Comité Olímpico Internacional.
Em abril de 1911 é criado o Departamento de Formação de Instrutores de Judo. Em 1912, Kano tinha feito nada menos que nove viagenspara fora do Japão com o objectivo de despertar o interesse pelo novo desporto japonês. Em 1922, foi criada a Associação dos Dan's do Kodokan.
Em 1926 o Judo substitui o Ju-jutsu como disciplina oficial do programa de educação física das escolas japonesas.
Em 1932 é fundada a Sociedade de Investigação Médica em Judo. No mesmo ano o Presidente do Município de Tóquio sugere, durante uma visita ao Kodokan, que Tóquio seja sede dos Jogos Olímpicos de 1940. Kano viaja para Los Angeles para participar na 10ª Olimpíada.

Em 1934 o Kodokan comemora o seu 50º aniversário. No mesmo ano GigoroKano visita Paris para encontrar-se com membros do COI para discutir aoferta de Tóquio para hospedar os Jogos Olímpicos de 1940 .
Em 1935 Kano recebe o prémio Asahi para contribuições proeminentes noscampos da arte, ciência e desporto. Três anos mais tarde participa numa reunião do COI, que ocorre no Cairo, e consegue que Tóquio seja aceite como local para a realização das Olimpíadas de 1940 nas quais o judo deveria ser incluído primeira vez como um das modalidades.
No regresso dessa conferência a bordo os SS Hikawa Maru, contrai uma pneumonia e morre a 4 de Maio de1938, com 78 anos.


Fonte, www.cao.pt

Karatê

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O karatê é uma arte marcial originária de Okinawa, foi introduzida nas principais ilhas do arquipélago japonês em 1922. O Karatê enfatiza as técnicas de percussão atemi waza ( defesas, socos e chutes) ao invés das técnicas de projeções e imobilizações. O treino de Karatê pode ser dividido em três partes principais: Kihon, Kata e Kumite.


Kihon (基本 - fundamentos) é o estudo dos movimentos básicos.

Kata (型 - forma, padrão) é uma espécie de luta contra um inimigo imaginário expressa em seqüências fixas de movimentos.
Kumite (組手 - encontro de mãos) é a luta propriamente dita. Em sua forma mais básica é combinada (com movimentos pré-determinados) entre os lutadores para, posteriormente, alcançar o jyu kumite (combate livre ou sem regras). A forma desportiva, ou combate com regras, é conhecida como Shiai-kumite.


Originalmente a palavra karatê era escrita com os ideogramas 空手 (mãos vazias) se referindo à dinastia chinesa Tang ou, por extensão, a mão chinesa, refletindo a influência chinesa nesse estilo de luta.
O karatê é provavelmente uma mistura de uma arte de luta chinesa levada a Okinawa por mercadores e marinheiros da província de Fujian com uma arte própria de Okinawa. Os nativos de Okinawa chamam este estilo de Okinawa-te (mão de Okinawa). Os estilos de karatê de Okinawa mais antigos são o "Shuri-te","Naha-te" e "Tomari-te", assim chamados de acordo com os nomes das três cidades em que eles foram criados.
Em [1820] Sokon Matsumura fundiu os três estilos e deu o nome de shorin (pronuncia japonesa para a palavra chinesa "shaolin"), que é também a pronúncia dos ideogramas 少林 (pequeno e bosque). Entretanto os próprios estudantes de Matsumura criaram novos estilos adicionando ou subtraindo técnicas ao estilo original. Gichin Funakoshi, um estudante de um dos discípulos de Matsumura, chamado Anko Itosu, foi a pessoa que introduziu e popularizou o karatê nas ilhas principais do arquipélago japonês.
O karatê de Funakoshi teve origem na versão de Itosu do estilo shorin-ryu de Matsumura que é comumente chamado de shorei-ryu. Posteriormente o estilo de Funakoshi foi chamado por outros de shotokan porque seu apelido "shoto". O kanji kan (館) significa prédio/construção, portanto Shotokan significa o Prédio de Shoto. O estilo Shotokan foi popularizado no Japão e introduzido nas escolas secundárias antes da Segunda Guerra Mundial.
Como muitas das artes marciais praticadas no Japão, o karatê fez a sua transição para o karate-do no início do século XX. O do em karate-do significa caminho, palavra que é análoga ao familiar conceito de tao. Como foi adotado na moderna cultura japonesa, o karatê está imbuído de certos elementos do zen budismo, sendo que a prática do karatê algumas vezes é chamada de “zen em movimento”. As aulas frequentemente começam e terminam com curtos períodos de meditação. Também a repetição de movimentos, como a executada no kata, é consistente com a meditação zen pretendendo maximizar o autocontrole, a atenção, a força e velocidade, mesmo em condições adversas. A influência do zen nesta arte marcial depende muito da interpretação de cada instrutor.
A modernização e sistematização do karatê no Japão também incluiu a adoção do uniforme branco(kimono ou karategi) e de faixas coloridas indicadoras do estágio alcançado pelo aluno, ambos criados e popularizados por Jigoro Kano, fundador do judô. Fotos de antigos praticantes de karatê de Okinawa mostram os mestres em roupas do dia-a-dia.

Os KANJI para TODE, TE e KARATE são respectivamente: 唐手、手、空手Em algumas publicações ocidentais é muito comum encontrar-mos uma "confusão generalizada" em se tratando da aplicação destes três termos e cada um deles aponta para uma Arte específica.Tomemos, por exemplo, a utilização e evolução destes termos nos títulos dos livros escritos pelo Mestre Funakoshi Gichin:琉球拳法・唐手 (Ryukyu Kenpo, Karate (Novembro/1922).)錬胆護身・唐手術 (Rentan Goshin, Karate-jutsu (Março/1925).)空手道教範 (Karate-Do Kyohan (Maio/1935).)Tecnicamente, a utilização destes termos é bastante simples:唐手 - Tode - É o termo utilizado para expressar Artes Marciais chinesas. (Nota: em Coreano, estes ideogramas são lidos "Tang Su" (em Japonês "Karate"), posteriormente com o acrescimo de mais um ideograma tornou-se "Tang Su Do" (em Japonês "Karate-Do").)手 - Te - É o termo utilizado para expressar Artes Marciais praticadas em Okinawa (como Shuri-te, Naha-te e Tomari-te).空手 - Karate - É o termo utilizado para expressar as Artes Marciais de Okinawa ensinadas no Japão.No livro de Mabuni Kenwa:攻防拳法・空手入門 (Kobo Kenpo, Karate Nyumon.)


Estilos


No karatê existe um número muito grande de estilos e escolas. Os mais conhecidos atualmente são: Shotokan, a escola Shotokai, Goju-ryu, Wado-ryu (caminho da paz) e Shito-ryu. Todos eles criados na primeira metade do século XX. O Kyokushin (verdade final) é outro estilo muito popular, apesar de mais recente. Além desses, existem: Shaolin, Shobayashi, Matsubayashi-ryu, Kobayashi-ryu, Matsumura Seito e Matsumura Motobu. Desses se originaram estilos como Chito-ryu, Shorinji-ryu (Kempo) e Shorei-ryu. Outros estilos importantes incluem o Seido, Uechi-ryu, Shudokan, Shukokai, Isshin-ryu e Shindo-jinen-ryu. Alguns mestres do karatê criaram estilos que são a combinação de vários estilos, como o JIKC (Japanese International Karate Center) ou o Kata shubu do ryu.


Relação de alguns dos principais estilos:


[[Goju-Ryu (剛柔流 gōjū ryū em japonês) é uma escola de karatê originária de Okinawa. É um estilo que mescla formas "rígidas, duras" (Go) com formas "suaves" (Ju), criado por Chojun Miyagi, aluno do mestre Kanryo Higaonna, maior autoridade do Naha Te em Okinawa. Mestre Miyagi após passar 4 anos na China, onde treinou os estilos Pa Kua Chang e Shaolin Chuan, voltou a Okinawa e, baseando-se no princípio do YIN-YANG (as energias negativa e positiva que regem o universo), ele uniu a flexibilidade das artes chinesas à rigidez do Naha-Te, criando o Goju-ryu - A Escola do Rígido e Flexivel. GO = RÍGIDO JU = FLEXÍVEL RYU= ESTILO
O Goju-ryu é o estilo de Karate que busca o equilíbrio dos opostos, das energias antagônicas e complementares. Ele ensina como agir: se com energia ou brandura, rapidez ou suavidade. Praticar Goju-ryu é aprender a ser como a água: fluída e sem forma, por isso pode assumir todas as formas; calma e suave ou revolta, mas ambas com o poder de passar por quaisquer obstáculos, mesmo os de aparência mais resistente. O Goju-ryu caracteriza-se também por movimentos circulares.


Shotokan (松涛館) é uma escola de karatê criada por Gichin Funakoshi (1868-1957). Inicialmente o Mestre Funakoshi não acreditava em criação de estilos e sim que todo karate deveria ser um só, mesmo com as diferenças naturais de ensino que variam de professor para professor. Shoto era como Funakoshi assinava seus poemas, significa pinheiros ondulando ao vento e kan significa edificação ou salão.
Os alunos de Funakoshi construíram um dojo (道場, lugar do Caminho) em sua homenagem e o chamaram de Shotokan (Edifício de Shoto). Acredita-se que a origem do nome do estilo seja essa. O Shotokan foi destruído durante um bombardeio na II Guerra Mundial.
O estilo Shotokan caracteriza-se por bases fortes, predominancia de movimentos de mão e chutes no máximo até o peito. Os giros sobre o calcanhar em posição baixa dão fluidez ao deslocamento e todo movimento começa com uma defesa. Este é um estilo em que as posições têm o centro de gravidade muito baixo, e em que a técnica de um "simples" soco directo, pode nunca ser dominada, e só o é com muitos anos de treino, mas quando a técnica é dominada o seu poder é incrivel e quase sobre-humano. No karaté shotokan são levados a sério factos como a concentração e o estado de espirito, pois sem concentração e um estado de espirito leve mas determinado a técnina de pouco serve, devendo estes dois atributos expandirem-se com a pratica e determinação.
Possui 29 katas (ou forma, também mencionado como o "balé da morte" por se tratar de uma sequencia de movimentos contra 4 ou mais adversários executados de tal forma que se assemelha a uma dança), sendo 3 não reconhecidos por serem usados apenas para uma melhor introdução ao praticante). seguindo ainda um metedo de ensino que divide a aula em três partes (o já citado kata, o kumitê e o kihon.).
Os katas auxiliam o iniciante a assimilar o estilo e aprender as técnicas básicas de movimentar-se, defender-se e atacar. Para o avançado os katas são um confronto com as ideias dos velhos mestres, nestes confrontos os atuais praticantes entendem os segredos da arte, que só são aprendidos mediante prática exaustiva e não oralmente.
O karate Shotokan está dividido em 8 níveis ou faixas (obi): 8ºKyu (cinto branco), 7ºKyu (cinto amarelo), 6º Kyu (cinto laranja), 5ºKyu (cinto verde), 4ºKyu (cinto azul), 3ºKyu (cinto vermelho), 2ºKyu (1º cinto castanho), 1º Kyu(2ºcinto castanho), 1ºDan (faixa preta), 2ºDan (faixa preta),..., 10ºDan (faixa preta), e para cada nível existe um tipo diferente de kata, kumite e kihon, excepto a partir do 1º Dan, no qual apenas a kata e o kihon mudam.


Wado-ryu (和道流) (também grafado Wadoryu ou Wado Ryu) é o estilo de Karate fundado pelo mestre japonês Hironori Otsuka em 1934, misturando técnicas de artes marciais como Ju-Jutsu com a luta difundida pelo mestre Gichin Funakoshi (considerado o pai do Karaté moderno e criador do estilo Shotokan).

Wado significa, em tradução literal para o português, "caminho (do) da paz e harmonia (wa)". Em 1940, mestre Hironori Otsuka fundou a Wado-kai (kai = organização), com o objetivo de consolidar as diretrizes e garantir a padronização das técnicas do Wado-ryu (ryu = estilo).
O estilo Wado de Karate se diferencia dos demais pela utilização de técnicas de esquiva (sabaki e nagashi), projeção (muito comuns no Judo, no Aikido e no Ju-Jutsu) e movimentação/troca de guarda (ten-i, ten-tai e ten-gui). Isso se deve ao fato de Mestre Otsuka ter se graduado em Judo e Kendo.
No Karate Wado, as técnicas de defesa (ukewaza) são fortemente baseadas na esquiva e na movimentação de quadril, em detrimento dos bloqueios simples feitos com os braços e as mãos. Já o ataque é lançado quase simultaneamente à defesa, visando aproveitar ao máximo a força usada pelo adversário na agressão.
Um dos princípios do Wado é obter o máximo de eficiência com o mínimo gasto de energia.
Outro diferencial marcante do Karate Wado é a prática do yakussoku kumitê (luta combinada): técnica de simulação exclusiva do estilo que permite aos lutadores o treino de situações de projeção, esquiva, imobilização, finalização, defesa, ataque e contra-ataque.
No Wado, a sequência de faixas é a seguinte: branca (Mukyu), amarelo (8º kyu), laranja (7º kyu), bordô (6º kyu), azul (5º kyu), verde (4º kyu), roxa (3º kyu), marrom (2º kyu) e preto (1º Dan)(do principiante ao mais graduado).
Estima-se que o Karate Wado-Ryu tenha cerca de 600 mil praticantes em todo o mundo. A sede da Wado-kai está localizada em Tóquio, no Japão. A entidade já foi presidida por Ryutaro Hashimoto, ex-primeiro-ministro japonês e faixa preta de Wado Ryu.


Shotokai é uma escola de karate. Assim como a shotokan, foi fundada pelo mestre Gichin Funakoshi.
Shoto era o nome com que o mestre Funakoshi assinava os seus poemas e uma tradução desta expressão pode ser "o pinheiro e o mar". Shotokai pode ser traduzido como o "grupo de Shoto".

O Shotokai é caracterizado por ser um estilo muito fluído e onde não existe competição, por se considerar que esta desvirtua o estilo e os objectivos do karate. As kata são as mesmas do shotokan, embora feitas com movimentos mais fluídos e lentos. Por norma o kumite é muito controlado, em termos de definir quem ataca e quem defende, bem como onde são direccionados os ataques, isto uma vez que os ataques são produzidos com intensidade máxima.
Existem duas vertentes principais, a da Nihon Karate Do Shotokai, a organização criada pelo "grupo de Shoto" e a da KDS (Karate Do Shotokai) fundada por Mitsusuke Harada.
Existem duas vertentes principais, a da Nihon Karate Do Shotokai, a organização criada pelo "grupo de Shoto" e a da KDS (Karate Do Shotokai) fundada por Mitsusuke Harada. Devemos lembrar que o Mestre M.Harada teve como instrutor durante 3 anos ao criador do karatê G.Funakoshi 5 dias por semana, 3 horas cada vez, se presume que é a pessoa viva que mais treinou com o Mestre Funakoshi.


O estilo Shorin-ryu (小林流), teve, como seu maior representante no século XIX, o mestre Sokon Matsumura. Instituído, segundo algumas fontes, por Choshin Chibana (que batizou o estilo com o nome "Shorin-ryu" em 1933), é um dos estilos tradicionais de caratê de Okinawa. Shorin é a tradução japonesa da palavra chinesa shaolin (que, traduzida para o português, significa "pequeno bosque"). Esse nome se deve ao fato deste estilo de caratê ser formado a partir de uma junção de técnicas da luta de Okinawa - denominadas Okinawa-te - com técnicas de lutas chinesas.
O maior representante do estilo Shorin-ryu no Brasil é o sensei Yoshihide Shinzato (10º DAN), que, aos 80 anos de idade, ainda ensina o estilo em seu dojo, a Associação Okinawa de Karate-do Shorin-ryu, na cidade de Santos (SP). O estilo, hoje bastante difundido, conta com vários atletas integrando a seleção paulista, e também a seleção brasileira, nas federações às quais está filiado.
As técnicas do estilo são aperfeiçoadas através do treino de kihon (exercícios fundamentais), kata (exercícios formais) e kumite (luta), incorporando princípios filosóficos, tanto na teoria quanto na prática. Há, ao todo, 21 kata, aprendidos pelos praticantes do estilo nesta ordem: Naihanchi Shodan, Fukyu-gata Dai Ichi, Naihanchi Nidan, Naihanchi Sandan, Fukyu-gata Dai Ni, Pinan Shodan, Pinan Nidan, Pinan Sandan, Pinan Yondan, Pinan Godan, Itosu no Passai (Passai Sho), Kussanku Sho, Matsumura no Passai (Passai Dai), Kussanku Dai, Chinto, Jion, Gojushi-ho, Teesho, Koryu Passai, Unshu e Ryuko. Ao chegar ao 5º DAN, o carateca do estilo Shorin-ryu deve saber fazer e demonstrar com maestria as técnicas contidas nestes 21 kata.


Kyokushin karate (極 Kyoku = extremo,真 Shin = verdade, 会 Kai = associação) foi criado pelo Sonsai Masutatsu Oyama, Hyung Yee nasceu na Coréia em 1923. Adotou o nome japonês "Masutatsu Oyama" (elevação da alta montanha) quando decidiu dedicar sua vida ao karate. Em sua terra natal, Hyung Yee descobriu cedo as artes marciais locais, principalmente o tae-kyon e o tae-kwon-pup, raízes do tae-kwon-do. Ainda em seu país, Oyama estudou também diferentes formas do kenpo chinês e japonês. Nessa época, o principal modelo de Oyama era Otto von Bismarck, unificador da Alemanha. “Queria ser o ‘Bismarck do Oriente’. Então, saí de casa aos 13 anos e fui para Tóquio”. Na capital japonesa, Oyama praticou inicialmente o judô. Em 1938, matriculou-se na escola de karate shotokan. “Pratiquei o shotokan, mas já duvidava de sua abordagem linear. Não gostava da idéia de controlar minhas técnicas. Era rígido demais para mim, então saí”. Oyama deixou o dojo shotokan dois anos depois. Passou a dedicar-se, então, ao goju-ryu e ao estudo Zen. "No karate, o espírito conta mais que a técnica ou a força. É ele que permite ao indivíduo se mover e agir em plena liberdade. Para fortalecer o espírito, a meditação Zen é muito importante. Através dela, podemos vencer a emoção e o pensamento. O homem que quer seguir a via do karate não pode negligenciar o Zen e o aperfeiçoamento espiritual”.

Em 1948, Oyama se impôs um exílio voluntário de 18 meses, no monte Kiyosumi (Japão). "Todos que se dedicam a uma causa devem passar por um período de isolamento. Meu treinamento cotidiano começava bem cedo, com uma sessão de purificação espiritual sob as águas geladas de uma cascata. Depois, eu voltava correndo à minha humilde moradia para continuar o treino. Mudava pedras e troncos de árvores de lugar, mergulhava nas torrentes geladas. E terminava o treino matinal com nova sessão de meditação. A tarde era dedicada à prática do karate. Instalei makiwaras nos troncos das árvores e os golpeava durante várias horas, com os punhos e com os pés. Exercitava também o quebramento até que o estado de minhas mãos me impedisse de continuar”. Na medida em que Oyama tomava consciência de sua força, um projeto começou a germinar em seu espírito: o de realizar uma façanha fora do comum, que provasse a superioridade do karate sobre todas as outras formas de combate a mãos nuas. Decidiu repetir o feito de certos praticantes de kenpo de Okinawa e abater touros.

Oyama foi a diferentes matadouros da prefeitura de Shiba, a fim de testar seu poder de golpe. Depois de várias tentativas cuidadosas, ele conseguiu abater o primeiro touro. A técnica consistia em desferir um golpe com o punho direto (tsuki) sobre a fronte do animal. Em 1950, pela primeira vez, Oyama enfrentou um touro em uma arena. O animal dobrou sob o efeito do primeiro tsuki, mas Oyama não conseguiu acabar com ele. Tentou um golpe circular com a mão (mawashi-shutô-uchi) e quebrou os chifres do animal. Depois disso, no Japão e nos Estados Unidos, enfrentou 52 touros, partindo os chifres de 49 e matando os outros três. Um desses confrontos foi filmado pela Shochiku Motion Picture, ver video ; http://www.youtube.com/watch?v=2UMkvcPpF1Q&eurl=http://forum.outerspace.com.br/showthread.php?t=127113

A história do Judô ao Brasil parte 2

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Como vimos na primeira matéria Mitsuyo Maeda, também conhecido como conde Koma, foi enviado ao Brasilpelo Kodokan e pelo governo japonês em missão diplomática com o objetivo de receber os imigrantes japoneses e fixá-los no país. Sensei da Academia Kodokan de judô, Maeda ensinou Carlos Gracie,(foto da familia gracie), em virtude da afinidade com seu pai, Gastão Gracie. Carlos por sua vez ensinou a seus demais irmãos, em especial a Hélio Gracie. Neste ponto surgem duas teorias. A primeira alega que Maeda ensinou somente o judô de Jigoro Kano a Carlos, e esse o repassou a Hélio, que era o mais franzino dos Gracie, adaptando-o com grande enfoque no Ne-Waza - técnicas de solo do judô, ponto central do jiu-jitsu desportivo brasileiro. Para compensar seu biotipo, a partir dos ensinamentos de Carlos, Hélio aprimorou a parte de solo pelo uso do dispositivo de alavanca, dando-lhe a força extra que o mesmo não dispunha. A segunda teoria, apoiada pelos Gracies, fala que Maeda era, também, exímio praticante de jiu-jitsu antigo, como Jigoro Kano, e foi essa a arte que ensinou ao brasileiros. Porém, em uma recente entrevista, Hélio Gracie afirma que "Carlos lutava judô", veja a entrevista,
Mas o certo é que o ju-jutsu tradicional de muito difere do praticado no Brasil atualmente. O praticado no Brasil atualmente possui mais imobilizações, chaves e finalizações, privilegiando o uso da técnica em detrimento da força, uma luta quase que toda desenvolvida em ne-waza.

Sobre a família Gracie assim escreveu Henrrique Pongetti, prefaciando o livro escrito por Carlos Gracie "Introdução ao Jiu-jitsu" Rio de Janeiro 1948.
"Na história do nosso esporte os irmão Gracies hão de ocupar um capítulo isolado.O que ele3s fizeram para aclimatar o jiu-jitsu no Brasil, para provar a superioridade desse método de defesa individual sobre todos os outros, constitui um exemplo ìmpar de perseverança e de bravura.Hélio, Jorge, Gastão e Osvaldo, orientados per seu irmão mais velho Carlos, derrotaram mestres de luta-livre e capoeira temíveis, boxeadores e massas-brutas habituados a desmoralizar o adversário com a simples apresentação do corpo semi despido.Isso seria notável, mas não seria tudo, se eles não houvessem vencidos professores nipônicos de jiu-jitsu, nascidos na terra berço da diabólica luta, criados na prática dos seus gopes imprevistos, tãofelinos, tão anatômicos, tão humanos em seu objetivo de paralizar a ofensa sem ferir o ofensor.
Carlos tem olhos azuis de poeta e uma calma de jogador de xadrex.Quem lhe observa o tipo não desconfia da soma de virtudes combativas que se ocultam dabaixo daquela máscara de contemplador, daquele todo de homem marcial, habituado a ver lutas do alto palanque ebúrneo.
Carlos Gracie fez de seus irmãos lutadores admiráveis, mas , para benefício nosso fez também deles grandes instrutores de jiu-jitsu.Só conheço a escola de Hélio (o mestre perfeito), frequentadíssima por homens de todas as idades e de alta situação social que ali vão buscar, mais ainda do que incomparável arma de defesa: a súde física e mora.Hélio aprimorou-se no estudo profundo dos golpes, tornou-se em certos casos um inovador;mas como mestre ampliou os seus conhecimentos de fisiologia humana para resguardaros seuws alunos idosos de qualquer surpresa.Um espatáculo adamirável é a aula suave de jiu-jitsu para esses homens não mais jovens, mas jovens bastante para reagir contra o poder disssolvente da vida sedentária.O jiu-jitsu integral estará ao alcance pouco depois quando a elasticidae dos menbros receberem a aprovação do mestre.
Este livro é o primeiro de uma série planejada por Carlos Gracie, a pedido dos entusiastas do jiu-jitsu no Brasil.É por assim ddizer o seu prefácio, mas de uma importância capital.Reúne observações de um atleta que há anos pôs em rigorosa prática os conselhos que ministraq.Carlos viveem obediência aos ditame3s da natureza.Não bebe, não fuma e segue uma esclarecida norma alimentar.O seu físico nega a sua idade; os anos não conseguem fazer no seu corpoe no seu espírito os e3stragos habituais.Leiam atentamente estes conselhos, são de3 um homem exepicional qeu fez tudo o quento nestas páginas nos manda fazer!"
Assim começou a saga da Familia Gracie no mundo das lutas, atarvés das aulas de Maeda que era originário do Judô Kodokan.

A história do Judô no Brasil

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As primeiras referências que encontramos quanto à introdução do Judô no Brasil, datam de muitos anos após a criação desta arte-esporte no Japão, pelo mestre Jigoro Kano. Mesmo assim aproveitando-se do maior conhecimento do antigo ju-jutsu fora do Japão, os adeptos do novo esporte que surgia faziam a sua propaganda mantendo a denominação antiga, confundindo e criando polêmica até hoje existente entre os leigos quanto às origens do judô.

O professor Stanlei Virgílio em seu livro a Arte do Judô, Papirus 1986. Faz referência ao mestre Massao Shinohara, onde o mesmo afirma em seu manual de judô, publicação de maio de 1982, que o judô foi implantado no Brasil por volta do ano de 1908 com o advento da imigração japonesa, cujo primeiro contingente chegou ao porto de Santos em 18 de junho de 1908, a bordo do navio Kasato Maru. Com referência ao judô, entretanto não há registros de nomes, datas ou locais.
Stanlei também faz referências muitos vagas sobre um certo professor Miura que teria ensinado judô em nossa pátria por volta de 1903. Segundo ainda Stanlei, o mestre Kwanichi Takeshita afirma que foi no início dos anos vinte que chegou o judô ao Brasil, impressionando os esportistas pela facilidade com que se venciam os desafios feitos aos nossos lutadores.
Stanlei tenta explicar essa duplicidade de datas pela forma como foi introduzido o judô em nosso país, pois de um lado há uma corrente formada pelos pioneiros do Kasato Maru e subseqüentes, que se dedicando a outros misteres, principalmente a agricultura, faziam do judô um derivativo, uma atividade social, uma forma de manter laços e apagar a saudade da pátria longínqua. Poderia se dizer que praticavam um judô localizado, restrito a pequenos grupos e sem fins lucrativos. O primeiro registro com referência a esse grupo iriam para Tatsuo Okoshi, que chegou ao Brasil em 1924, seguindo-se Katsutoshi Naito, Sobei Tani, Ryuzo Ogawa e outros mais.
Por outro lado, em uma outra corrente estavam os "lutadores", isto é, aqueles que lançando e aceitando desafios, lutando publicamente, além de buscarem a implantação do judô entre nós, faziam disso uma forma de subsistência ou complementação financeira. Entre este colocaríamos Mitsuyo Maeda (Conde Koma), Takagi Saigo, Geo Omori, Ono, visto por este prisma, o judô começou a ser implantado no início dos anos vinte.
Olhando uma forma e outra achamos que a primazia pode realmente estar com os japoneses do Kasato Maru, entretanto a forma mais válida e que melhores resultados trouxeram na época foi à atuação dos lutadores, que atingiam com seus espetáculos um número bem maior e de forma mais positiva os possíveis interessados. Com o passar do tempo essa situação inverteu-se, já não mais havendo os espetáculos como eram proporcionados naqueles tempos. Assim se uns chegaram primeiro, os outros atuaram de forma mais objetiva e eficiente para a implantação do judô naquela época.
Foi no início dos anos vinte que chegou ao Brasil Mitsuyo Maeda, ou Eisei Maeda como querem alguns, tendo ele a seu crédito o primeiro registro nos anais da história do judô brasileiro, aceitando desafios e ganhando todos, promovendo assim esse esporte. Radicou-se finalmente em Belém do Pará, onde montou sua escola com algum sucesso. De seus vários alunos, restou a família Gracie que deu continuidade ao seu trabalho, progredindo e fundando novas escolas em algumas capitais e se projetando no cenário esportivo brasileiro.
Hélio Gracie, em luta contra dois campeões japoneses, Kato e Kimura, ganhou do primeiro e perdeu para o segundo, o que na época foi um grande feito e o seria ainda nos dias de hoje. Desenrolaram-se as duas lutas no solo (katame-waza), pois nosso lutador certo de sua inferioridade em peso e na luta em pé (nage-waza), inteligentemente forçou a luta no solo onde tinha melhores chances, e o resultado provou o acerto de raciocínio.
Assim, as escolas Gracie prosperaram e espalharam-se por várias capitais, mas sempre se dedicando mais ao ju-jutsu, motivo pelo qual prosperaram, pois nós brasileiros, ainda não estávamos preparados para um esporte como o judô, até então desconhecido e que se confundia com seu predecessor o ju-jutsu, que monopolizava as atenções e interesses que haviam.
Pode-se dizer que por um bom tempo este nosso esporte amparou-se no ju-jutsu, estranha arte de defesa pessoal, muito eficiente e misteriosa para época, que os japoneses trouxeram, não se sabe se misturada com o judô ou se o judô misturado com ela. O fato é ainda hoje o interesse subsiste, mesmo com a evolução do judô que suplantou de forma inequívoca esse seu rival.
Em 1924 ou 1925 chega Takagi Saigo, instalando-se em São Paulo e como não obteve bons resultados, prontamente voltou ao Japão. Nessa mesma época chegou também Tatsuo Okoshi 8º dan, que teve participação bem maior no desenvolvimento do judô brasileiro. Foi o fundador e primeiro presidente no Brasil da Associação dos Faixas Pretas do Kodokan e também fundador e primeiro diretor técnico da Federação Paulista de Judô.
Em 1928 foi à vez de Geo Omori, lutador extraordinário, que lançando e aceitando desafios, muitos deles no antigo Circo Queirolo, em São Paulo, a exemplo de Mitsuyo Maeda, ganhava sempre e assim chamando a atenção e contribuindo à sua maneira para manter viva a tênue chama que mais tarde viria transformar-se num dos maiores esportes brasileiro. Seria também em 1928 a chegada de Katsutoshi Naito, 7º dan, que se radicou em Suzano, São Paulo. Sua participação na organização e consolidação do nosso judô foi marcante. Ocupou pela primeira vez a função de diretor do departamento de judô da Federação Paulista de Pugilismo, então mentora oficial do nosso esporte, antes da fundação da Federação Paulista de Judô.
Outro a chegar em 1928 foi Yasuichi Ono, então 3º dan, que também aceitando desafios e trabalhando com extrema dedicação pelo judô, fez jus a que seu nome fosse inscrito com todo mérito e justiça nas páginas da história do nosso esporte. Em 1932 abre a sua primeira academia, mãe de muitas outras que prosperaram e dão continuidade ao trabalho do grande mestre, hoje 9º dan. Somente nas décadas de 30 e 40, com a corrente migratória japonesa que se instalava em São Paulo, muitos outros mestres surgiram iniciando a prática do judô nas colônias interioranas e, no Rio de Janeiro, em Itajaí e na Baixada Fluminense, alguns professores se dedicaram à divulgação e à prática do judô.
Grandes mestres se destacaram, mas, persistiam alguns mantendo a antiga denominação de ju-jutsu, originando discussões, dissociando uma denominação da outra, obrigando aqueles que se empenhavam na divulgação do judô a um exaustivo trabalho de doutrinação chegando, muitas vezes, ao extremo de aceitar desafios, para confronto entre seus participantes. Ainda na década de 30, mais precisamente em 1931 chega Sobei Tani, 6º dan, estabelecendo-se com sua academia em Jaraguá, São Paulo, de onde saíram grandes campeões como os irmãos Shiozawa, Koki, Tani e outros. Outros mais foram chegando e localizando-se no interior, levando para diversas regiões onde a imigração japonesa era mais intensa, o esporte que só mais tarde iria frutificar e tornar-se popular.
Chegava ainda ao Brasil em 1934 o mestre Ryuzo Ogawa, 8º dan, fundando a academia Ogawa (Budokan), com o único objetivo de aprimorar a cultura física, moral e espiritual, através do esporte de quimono, obedecendo aos princípios morais e filosóficos pregados pelo mestre Jigoro Kano. Não se poderá deixar de reconhecer que o grande passo para o crescimento do judô no Brasil foi iniciado com o mestre Ogawa, em 1938, quando o mesmo juntamente com um grupo de idealistas oriundos do longínquo Japão, começaram um trabalho de amplos ideais, que visava projetar este nosso esporte na preferência dos brasileiros, separando-o definitivamente do ju-jutsu. Esse trabalho foi à conquista final para a confirmação do judô no Brasil, sobrepondo-se ao ju-jutsu e expandindo-se rapidamente para o interior, onde em algumas regiões, embora muito discretamente já era praticado. Com a mesma intensidade e rapidez investiu também para outros estados, alastrando-se praticamente por todo Brasil.
Na década de 40 consolida-se o prestígio do judô em todo o Brasil, esclarecidas as dúvidas quanto às suas origens do antigo ju-jutsu, propagando-se a sua prática no Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, dentre outros estados, fundando-se novas academias e crescendo o número de seus praticantes.
Assim a mercê do esforço e dedicação de japoneses e brasileiros, o judô progride a passos largos. Em São Paulo, no ano de 1951 foi realizado o seu primeiro campeonato oficial. Em 1954 o Rio de Janeiro também realiza o seu. Ainda em 1954, realiza-se o primeiro Campeonato Brasileiro, tendo como sua maior expressão o judoca Massayoshi Kawakami, campeão nas categorias 3º dan e absoluto. Em 1956, o Brasil participa pela primeira vez de uma competição no exterior, mais precisamente do II Campeonato Pan-Americano, realizado em Cuba, ficando em honroso segundo lugar. Formavam a equipe os judocas Massayoshi Kawakami, Sunji Hinata, Augusto Cordeiro, Luiz Alberto Mendonça, Hikari Kurachi e Milton Rossi.
Continuando com mais força nos anos 50 o já vigoroso crescimento da década de 40, necessário se faz à criação de um órgão mentor para dirigir, coordenar as atividades judoísticas em franco desenvolvimento. Para essa coordenação funda São Paulo a sua federação em 17 de abril de 1958, e o Rio de Janeiro em 09 de agosto de 1962. Dirigia na época o judô no Brasil a Confederação Brasileira de Pugilismo. Dia a dia acentuava-se a necessidade de um órgão nascido nos próprios meios judoísticos, dedicando-se exclusivamente ao judô, que o representasse a nível nacional e internacional. Assim em 18 de março de 1969 foi fundada a Confederação Brasileira de Judô, tendo como seu primeiro presidente Paschoal Segreto Sobrinho.
Em 22 de fevereiro de 1972, foi a Confederação Brasileira de Judô reconhecida oficialmente, sendo então o seu presidente até o início de 1979, Augusto de Oliveira Cordeiro.
A bibliografia quanto à evolução do judô no Brasil é carente e existe muita controvérsia sobre o seu surgimento. Há mais recente delas foi publicada na revista Ippon, ano 2, nº 12, setembro/97, São Paulo. Onde ficou comprovado após longa pesquisa, realizada pelo amazonense Rildo Heros, que o ju-jutsu e o judô desembarcaram juntos no Brasil, em 1914, em Porto Alegre-RS, pelo japonês Mitsuyo Maeda, aluno desde infância do mestre Jigoro Kano. No começo de 1977, após extenso trabalho de entrevistas e pesquisas embasadas em jornais da época, além de testemunhos de imigrantes antigos, detectou-se que a primeira residência do judô no Brasil foi Manaus, no Amazonas, depois de entrar no país por Porto Alegre. Esta versão da história escrita por Carlos Bortole foi publicada com a certeza de sua exatidão. Contudo devemos ficar alertas para o eventual surgimento de qualquer evidência que possa contrariar o trabalho do amazonense.
Porém, a chancela do instituto Kodokan parece dar garantia total a nova versão. Que talvez não seja tão nova assim, mas que pela primeira vez aparece plenamente documentada, como Medeiros pretende mostrar em livro a ser publicado brevemente.

Kosen Judô (Tradução de Flávio Almeida)

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Kosen Judo é simplesmente um estilo do Kodokan Judo. O Kosen Judô tem as mesmas quedas e outras técnicas que o judô tradicional, mas com ênfase em newasa.(técnicas e luta no solo), como imobilizações, chaves e estrangulamentos. Este estilo de judô ainda é praticado nos tempos atuais. Os pequenos estudantes das Universidades Kosen eram comunente, dominados por oponentes maiores, já que não existiam categorias de peso no judô tradicional naquele tempo. Então era muito mais fácil para lutadores maiores e mais pesados derrubarem lutadores menores e mais leves. Essencialmente, o treinamento dos lutadores de Kosen eram as técnicas de newasa a fim de poder imobilizar, finalizar e escapar de imobilizações. O Kosen Judô Taiká era basicamente um campeonato baseado em disputa entre times.No caso de empate era feito um sorteio para se apurar o time vencedor. O treino de newasa era mais fácil a fim de permitir empates em campeoatos e encurtava o tempo de preparação de iniciante para campeonatos. Daí, técnicas como Hikikomi (posição quatro apoios) e Sankaku Jime serem populares e bem pesquisadas. KODOKAN ENTRA EM AÇÃO A eficiência, a efetividade e facilidade de aprendizado do Newasa por lutadores menores e mais fracos modificaram as competições de judô. Era mais fácil treinar um judoca em newasa para fazê-lo paralisar um judoca mais forte mais pesado de outra escola, então o Newasa passou a predominar no Kodokan. Logo, passou a haver maior ênfase em Newasa. Foi devido ao sucesso dessa parte em competições, que Kano introduziu novas regras, limitando o tempo que o judoca poderia permanecer no chão. Foi determinado que as competições teriam e partir do Tachywasa (em pé) e se o competidor levasse o adversário mais de três vezes ao solo era declarado vencedor. Em 1914, Kano organizou o Torneio Entre universidades Kosen realizado na Universidade Imperial de Kioto. Este estilo esportivo de competição era chamado Kosen Taikai. Este estilo de Judô ainda é praticado em algumas universidades japonesas, em especial pelas sete ex-universidades imperiais do Japão. Este estilo é chamado de shichitei-judo (七帝柔道). Todo ano as sete Universidades realizam uma competição deste estilo. Em 1925, Jigoro Kano decidiu redefinir as regras de competição do judô. Uma delas foi a de limitar ainda mais o tempo em que o atleta poderia gastar no chão. Isso, realmente veio a estacar tendência de predomínio das técnicas de newasa; mesmo assim, as escolas de Kosen continuaram pemitidas a treinar e competir do jeito eu já vinham fazendo desde o século anterior. Kosen Judô seguiu seu próprio destino e manteve as mesmas velhas regras de competição até os dias de hoje. Kano tomou o cuidado de não proibir as regras do Kosen ao introduzir novas mudanças. Ele assim procedeu por diversas razões:
-Haviam, relativamente poucos judocas treinano apenas newasa;
- Ele queria especialistas em newasa no Judô;
-Ele não se convencia que fazer apenas newasa fosse ruim para o judô.
-Os judocas do Kosen também praticavam Tachywasa, além do newasa.